domingo, 29 de julho de 2012

Avenida Brasil

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Já estava lá em Eça de Queirós o ódio e a inveja das empregadas domésticas pela doce vida das donzelas de classe média. Em O Primo Basílio, Eça de Queirós deixa evidente os equívocos da cultura portuguesa; e as invejas que embalavam os sonhos daqueles que viviam o final do XIX em Portugal. A doce e encantadora Luísa sofre nas mãos da invejosa Juliana. Além de pagar caro pelos deslizes de sua alma romântica. Todos estes ingredientes estão na novela das oito da Rede Globo: Avenida Brasil.  A novela tem despertado a inveja dos novelistas e dos especialistas em ficção televisiva. É divertido ver o embate  e as observações. Vi poucos capítulos, pois há muito deixei de curtir novelas. Mas vejo a qualidade dos diretores das novelas brasileiras. Estão cada vez melhores! Já o novelista João Emanuel Carneiro  é roteirista, conhece cinema e  a linguagem do vídeo. Show de bola é o que ele está mostrando na Globo. Quanto aos invejosos?  Paciência! Escrever novelas não é prá qualquer um; muito menos na ficção televisiva.

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Eça de Queirós/ O Primo Basílio (1878).
3º ed.; São Paulo: Ateliê  Editorial, 2001.

2 comentários:

Geraldo Roger Normando Jr disse...

"O Senhor asiste TV?" pergunta a jornalista de "A folha de São Paulo" a Ariano Suassuna: "Assisto novela. Das seis, das sete e das oito. Acho melhor que qualquer enlatado americano." Responde o escritor. "E gosta?" pergunta novamente. "Eu não disse que gosto, eu assisto. Acho que novela vai de razoável a péssimo. Essas três que estão no ar são razoáveis. Mas não gosoto muito quando fazem humor, é muito sem graça. O que mais me irrta são as cenas rurais com múscica em inglês (Sábado, 28 de julho de 2012).

Marise Rocha Morbach disse...

Roger, o Ariano Suassuna é uma figura! E ele sabe o valor da televisão para a difusão da literatura brasileira; não dá prá negar o que a Globo fez pela obra dele.