sábado, 16 de abril de 2011

Segura a onda malandragem Vol.1















A biblioteca virtual Wikipédia apresenta-nos o nome de batismo do genial Bezerra da Silva. Na verdade José Bezerra da Silva (Recife, 23 de fevereiro de 1927Rio de Janeiro, 17 de janeiro de 2005) foi um cantor, compositor e violonista, percussionista e interprete brasileiro dos gêneros musical Coco e Partido Alto, sub-gêneros do Samba. Considerado o embaixador dos morros e favelas, cantou sobre os problemas sociais encontrados dentro das comunidades, se apresentando no limite da marginalidade e da indústria musical, também é considerado um dos principais expoentes do samba do estilo partido alto.

Nordestino, desde a infância foi ligado à música e sempre "sentiu" que apresentava o dom de tocar, causando atritos com a família.

O pai, da Marinha mercante, saiu de casa quando Bezerra era pequeno, indo morar no Rio de Janeiro. Com isso, depois de ingressar e ser expulso da Marinha mercante, descobriu o paradeiro do pai e foi atrás dele. Causando mais atritos com o pai, foi morar sozinho, no Morro do Cantagalo, trabalhando como pintor na construção civil. Juntamente, era instrumentista de percussão e logo entrou em um bloco carnavalesco, onde um dos componentes o levou para a Rádio Clube do Brasil, em 1950.

Durante sete anos viveu como mendigo nas ruas de Copacabana, onde tentou suicídio e foi salvo por um Santo da Umbanda. A partir daí passou a atuar como compositor, instrumentista e cantor, gravando o primeiro compacto em 1969 e o primeiro LP seis anos depois.

Inicialmente gravou músicas sem sucesso. Mas a partir da série Partido Alto Nota 10 começou a encontrar o público. O repertório dos discos passou a ser abastecido por autores anônimos (alguns usando codinomes para preservar a clandestinidade) e Bezerra. Antes do Hip Hop brasileiro, ele passou a mostrar a sua realidade em músicas como: "Malandragem Dá um Tempo", "Sequestraram Minha Sogra", "Defunto Caguete", "Bicho Feroz", "Overdose de Cocada", "Malandro Não Vacila", "Meu Pirão Primeiro", "Lugar Macabro", "Piranha", "Pai Véio 171", "Candidato Caô Caô".

Em 1995 gravou pela gravadora carioca CID "Moreira da Silva, Bezerra da Silva e Dicró: Os Três Malandros In Concert", uma paródia ao show dos três tenores, Luciano Pavarotti, Plácido Domingo e José Carreras. O sambista virou livro em 1998, com "Bezerra da Silva - Produto do Morro", de Letícia Vianna.

Em 2001 tornou-se evangélico da Igreja Universal do Reino de Deus e em 2003 gravou o CD Caminho de Luz com músicas gospel. Em 2005, perto da morte, mas ainda demostrando plena atividade, participou de composições com Planet Hemp, O Rappa, Velhas Virgens e outros nomes de prestígio da Música Popular Brasileira.

Considero Bezerra da Silva um dos gênios da Música Popular Brasileira e na verdade um grande injustiçado pela mídia.

Suas letras são crônicas da duríssima realidade de exclusão social nos morros cariocas, e porque não, das periferias das grandes cidades. Denunciam e advertem sobre alguns códigos a serem cumpridos para sobreviver num país tão desigual como é o Brasil.

Ouçam com atenção.

Músicas utilizadas

Bezerra da Silva - "Malandro Rife"

Bezerra da Silva - "Defunto Cagüete"

Bezerra da Silva - "Bicho Feroz"

Bezerra da Silva - "Os Federais Estão Te Filmando"

Bezerra da Silva - "E O Bicho É O Bicho"

Bezerra da Silva - "Grampeado Com Muita Moral"

Bezerra da Silva - "No Hora da Dura"

Bezerra da Silva - "Defunto Grampeado"

Bezerra da Silva - "As 40 Dps"

Bezerra da Silva - "Fofoqueiro É a Imagem do Cão"

Bezerra da Silva - "Meu Bom Juiz"

Bezerra da Silva - "Eu Não Sou Santo"

Bezerra da Silva - "Preconceito de Cor"

Bezerra da Silva - "Ela Cagüeta Com O Dedão do Pé"

Bezerra da Silva - "Malandro Rife"


Cooming soon série de 20 volumes com o Deep Purple.

6 comentários:

Silvina disse...

"Considero Bezerra da Silva um dos gênios da Música Popular Brasileira e na verdade um grande injustiçado pela mídia." ... E desde quando a mídia faz justiça nesta terra? Basta ver manchete de hoje no jornal dos Maior...anas (!!??) "tecnobrega luta para virar patrimônio artístico cultural nacional" ... Sim, pois estadual "isso" já o é! Meu Deus! Sinceramente, prefiro ser torturada com palitos nos olhos (como no filme Laranja Mecânica) que ouvir 3 segundos eternos desse troço que chamam de tecnobrega... vez que, música "isso" JAMAIS será.

Val-André Mutran  disse...

Bom dia Silvina.
Penso que há dois pontos em seu comentário.
1º - Música como qualquer outro produto cultural de massa, desperta ódios ou paixões. Os critérios para definir um ou outro são subjetivos.
2º - O Techno brega e demais gêneros dessa corrente musical é tipicamente paraense. Gostar ou não cabe a cada um. Mas, é importante e perfeitamente lícito batalhar por sua propriedade "intelectual". Registrar que é nosso é um passo importante pois, consagra sua autoria, obtem-se reconhecimento de um bem cultural imaterial.
Vide outras apropriações indébitas com bens materiais tipo o registro da patente do açaí e ultimamente a tentativa da sadia com o nosso tucupí.
Goste-se ou não, o povão adora o techno brega, o que, definitavamente não é a minha preferência.
Para finalizar, o "senhor" mercado é que dita as regras.
Veja que o Coco e o Partido Alto, praticamente dizimados das prateleiras em nome de outros sub gêneros do samba que, como colocado acima, detesto.
Um bom domingo para você e volte sempre.

Scylla Lage Neto disse...

Cum'on, Val!
Esqueça o technobrega.
Give us the deepest purple!!!!!!!!!
And Goss bless ya.

Scylla Lage Neto disse...

A propósito, não sei se por efeito de alguma entidade oculta ou defeito no Divshare, acabei sem conseguir fazer download do Bezerra e do Pulp 2.
Abraços.

Silvina disse...

Olá, Val!
Então tá! Vamos lá...


"A cultura popular e a mídia de massa têm uma relação simbiótica: cada uma depende da outra em uma íntima colaboração."
—K. Turner (1984), p.4
O significado corrente do termo "cultura para consumo da massa" originou-se especialmente nos Estados Unidos, estabelecendo-se ao final da Segunda Guerra Mundial.
Por ser produto de uma articulação de porte internacional (e, mais tarde, global), a cultura de massa esteve sempre ligada ao poder econômico do capital industrial e financeiro, configurando aquilo que Noam Chomsky considera uma forma de totalitarismo, baseado na publicidade. Afirma Chomsky que "a propaganda significa para a democracia o mesmo que o porrete significa para o estado totalitário". Desta forma, para Chomsky, a massificação da cultura se dá através de um artifício totalitário, servindo a interesses econômicos.
Ninguém se engane (ou tente enganar): A cultura de massa é manobrada por grupos econômicos que almejam fins lucrativos. É realizada por “executores especializados” em fornecer ao cliente o que julgam ser mais vendável, sem que verifiquem uma intervenção maciça do que de fato pode ter valor de cultura, que, logo é sufocado pelas leis inexoráveis do mercado.
Então pensemos no Patrimônio Cultural assim compreendido: Através do partimônio cultural é possível conscientizar os indivíduos, proporcionando aos mesmos a aquisição de conhecimentos para a compreensão da história local, adequando-os à sua própria história. Daí a sua importancia. 
Quem encontrar no technobrega (ou tecnobrega) algum elemento conscientizador ou meio de aquisição de conhecimento, post aqui, virei ler por curiosidade, mas garanto que sem o menor interesse pessoal!

Scylla, you're my hero!
You gotta be bad, you gotta be bold, you gotta be wiser
You gotta be hard, you gotta be tough, you gotta be stronger
You gotta be cool, you gotta be calm, you gotta stay together
All i know, all i know, love will save the day

Val-André Mutran  disse...

Scylla o default é da operadora em Belém City.
A galera, em Marabá City, está gargalhando com Bezerra e sacolejando com Pulp two.
Cheque e me avise.