sábado, 29 de maio de 2010

Sobre a Nova Déli do Brasil

Publico crônica inspirado no texto de nosso companheiro flaneur sob o título Você precisa de que?

A cagada ao celular do reizinho

Miga-je e caga-se falando ao celular em Nova Déli (copyright by Juvêncio de Arruda no insubstituível 5.a Emenda) .

É uma mijação sem fim. Uma cagação para adubar terras inférteis sem precedentes.

Tudo ao celular.

Um cidadão indignado liga para o atendimento da Prefeitura de Belém para reclamar que não aguenta mais o desrespeito praticado por mijões e cagões em frente ao muro de sua casa na Dom Romualdo de Seixas.

A prestimosa atendente do setor de Comunicação da Prefeitura de Nova Dheli garante que levará o problema ao Prefeito.

O prefeito, instado do problema, diz, cinicamente à assessora:

-- Deixa queito. Não se meta nisso. O povo mija e caga porque está com o buxo cheio. Isso é bom.

Ato contínuo, desliga o celular em cima de seu trono de merdas!!!!

Um comentário:

Edvan Feitosa Coutinho disse...

Val-André, Nova Déli do Brasil é um espelho do mundo. Conversando com um belga que morou muitos anos no Brasil (morou no sudeste, e no Pará), chegamos à conclusão que a pobreza de espírito transcende culturas e fronteiras. Segundo esse amigo, que hoje se ocupa de um serviço social de atendimento aos cidadãos de baixa renda na Bélgica, alguns pobres daqui não pagam nem mesmo as pequenas e simbólicas taxas de serviços como a alimentação dos filhos na escola. Na maioria dos países da Europa, as crianças e adolescentes fazem duas refeições na escola, onde entram às 8h30, só saem às 16 h. Os pais devem pagar uma pequena parte desse custo, que é subsidiado em torno de 80% a 90%. Na visita que esse amigo faz aos pais inadimplentes, ele costuma ouvir o chororô de cidadãos que se dizem sem condições de cumprir uma obrigação mínima como essa. Choram assim, em suas salas de estar, emoldurados por telas de TV flat screams que custam entre 1 mil e 500 a 3 mil euros. Dinheiro esse que recebem do seguro-desemprego (que aqui pode durar a vida inteira). Aí pensamos e chegamos à conclusão que é preciso fazer dezenas de teses de doutorado para tentar entender o que se passa na cabeça das pessoas ao escolher suas prioridades.