quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

A Folha Frígida: Revisionista Ainda Que Tarde

Stanislaw Ponte Preta publicou uma série de crônicas a que deu o célebre nome de FEBEAPA- Festival de Besteiras que Assola o País. De lá pra cá esse evento se tornou empedernido no território nacional, como diria meu amigo Edgar Augusto. No cotejo desse bacanal de idéias e atitudes chulas e mal intencionadas decerto não faltariam exemplos para ilustrar o denodo com que os organizadores abusam, ou melhor, estupram nossa paciência cidadã.
Mas todo esse preâmbulo é para comentar o descaramento da Folha de São Paulo, que em editorial decidiu se tornar farol do revisionismo histórico do passado brasileiro recente, enquanto rosnava para o coronel Hugo Chávez, presidente da Venezuela. Assim foi que em 17 de fevereiro último o semanário da família Frias resolveu dizer que o golpe militar de 64 não mergulhou o Brasil numa ditadura. E emendou para pior: no máximo, foi uma ditabranda.
Mas não pararam por aí. Intelectuais do porte de Maria Vitória Benevides e Fabio Konder Comparato escreveram a seção de cartas do jornal, chamando atenção do editorialista para o absurdo do que defendia e a Folha de São Paulo não recuou do que publicou. Treplicou que Benevides e Comparato defendiam tão sós uma visão cínica e mentirosa da História do Brasil.
Frente ao estelionato semântico gravado pelas impressoras da Folha de São Paulo, um grupo de intelectuais abriu um manifesto de protesto que o deputado federal Ivan Valente (PSOL/SP) está disponibilizando por meio eletrônico. Assinei e já cogito cancelar minha assinatura anual do jornal paulista. Quanto a razão da postura do jornal, comprovo aquilo que alguns amigos já vinham me avisando: os estados do sul e sudeste brasileiro por obra de setores reacionários da elite brasileira fazem uma guinada à direita, deixando que setores fascistas fiquem bem a vontade para propalar o fedor revisionista que os consagra como algozes da democracia a qualquer tempo e lugar no mundo.

2 comentários:

Carlos Barretto  disse...

É realmente impressionante como o fedor facista, "pega corda" quando alguém lhes dá um biscoitinho.
Em momento oportuno, vou Flanar pelo Estadão, mostrando um "nem-tanto-assim-inacreditável" editorial da época imediatamente pós-golpe.
Condenava o Carnaval.

Abs

Unknown disse...

Pai d'égua, Itajaí!