terça-feira, 20 de maio de 2008

Meninos Não Choram

A mulher e as crianças figuram como vítimas preferenciais nas estatísticas mundiais de violência doméstica. Contudo, ao que parece, em termos epidemiológicos existe um subgrupo de vítimas que permanece oculto nas sombras e só agora tem chamado atenção dos pesquisadores da saúde coletiva. Sim, senhores & senhoras, os homens também apanham, e muito, das mulheres.
Contudo, o Dr. Robert J. Reid da Universidade de Washington (Seattle), em raro estudo exploratório sobre violência doméstica contra o sexo masculino, demonstrou que 3 de cada 10 homens são agredidos por suas parceiras durante toda a vida. Em termos detalhados, observou que 50% das agressões foram físicas e consideradas graves por 40% dos entrevistados. No conjunto, o estudo identificou que a prevalência da violência foi de 30,5% em homens com menos de 55 anos, tornando-se a partir daí menor nas faixas etárias superiores.
Os pesquisadores consideram a possibilidade de que parte da violência referida pode derivar de atos violentos promovidos pelos homens, mas a pesquisa não previu essa possibilidade em razão de ser encomendada por um plano de saúde norte-americano, interessado na avaliação da utilização e nos custos dos serviços de saúde que atendem vítimas de violência.
Segundo Dr. Reid, o problema passa despercebido porque as vítimas não relatam e os médicos também não estão alertas para o problema. E conclui no melhor estilo da solidariedade norte-americana: queremos alertar aos homens vítimas de violência doméstica que eles não estão sozinhos e que temos recursos para ajudá-los. O artigo que divulga a pesquisa foi publicado no American Journal of Preventive Medicine, ainda não disponível em versão eletrônica.

2 comentários:

morenocris disse...

Boa noite, Oliver. Interessante informação. Isso quer dizer só Seatlle ?

Beijos.

Itajaí disse...

Boa noite, Cris. A amostra foi de 420 homens, clientes do plano de saúde. O abstract não informa se os indivíduos são apenas de Seattle. È possível que não considerando a abrangência do plano de saúde. Mas terei de ler o estudo, no próximo número da revista, a ser publicado em junho.