terça-feira, 6 de fevereiro de 2007

Um tiranete no Palácio da Indústria

O episódio da agressão do Prefeito de São Paulo a um cidadão comum, que exercia o direito constitucional de livre expressão, remete-nos a três conclusões:
1. política pública por mais meritória que ela seja deve ser discutida com a população, especialmente quando a execução dela afeta segmentos do pequeno empresariado, os maiores empregadores na sociedade;
2. mais que a tentativa de agressão física ao pobre cidadão, melhor define a personalidade política do Sr. Kassab o uso da palavra vagabundo contra os que reclamam do governo dele. Tal preferência de insulto nos faz recordar o que disse outra autoridade de igual laia sobre brasileiros que se aposentavam, ainda que sob o total amparo da legislação vigente;
3. político que não sabe ouvir críticas da população, não presta para servir à população; faria melhor papel em outras atividades, a exemplo encarnaria a síntese daqueles três macaquinhos que não ouvem, não falam e não vêem, ou, de outro modo, como anões de jardim.
Outra questão, contudo, merece destaque: a postura calhorda da Rede Globo de Televisão. Apesar da truculência do episódio falar por si , maior tempo de imagem é dado ao tal Kassab, tanto no registro da agressão, quanto no depoimento posterior do prefeito, tendo por fundo uma lareira em puríssimo mármore carrara.
Pois é nesse cenário palaciano de distanciamento e poder, sem qualquer simancol ou óleo de peroba que lhe lustrasse a fuça e os cascos, que o alcáide pefelista proclama sua condição de autoridade ofendida e exige do inoportuno contribuinte desculpas, pois, se os paulistas ainda não entenderam, ELE É O ESTADO.

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