sexta-feira, 21 de abril de 2006

Repercussão

E o RD em 3 notas, também comenta aquilo que todo mundo que lá esteve, VIU!

Diante da inércia do poder público, a população sentiu-se ontem entregue à própria sorte. Belém nunca tinha vivido dia tão caótico e de trânsito tão conturbado. Além dos crônicos problemas de alagamento, causados pelo lixo acumulado nas ruas e os bueiros entupidos, os motoristas enfrentaram outro inimigo: a ausência de guardas e fiscais da CTBel nas esquinas. Muitos semáforos entraram em pane durante o temporal, causando mais acidentes, tumultos e engarrafamentos.

Cadê o síndico?
Transitar entre um quarteirão e outro demorava, em média, 30 minutos. Em alguns pontos mais críticos, como o trecho da Duque de Caxias perto do Formosa, o tráfego foi interrompido. Na 14 de Abril, o desespero levou à desordem: motoristas discutiam e se engalfinhavam sob a chuva.

Não faltou aviso
A Prefeitura de Belém não deu importância, mas a Defesa Civil alertou para a ocorrência de fortes chuvas em alguns Estados, incluindo o Pará. O DIÁRIO publicou essa informação, na edição de anteontem, mas o alerta acabou não resultando em medidas preventivas concretas.


Mas nem o jornal "oficial" pode deixar de notar o óbvio. Em grande reportagem, bem mais detalhada do que o concorrente, conseguiu dar o retrato fiel do acontecido neste inesquecível dia 20 de abril. Inclusive a ausência da CTBEL.
Veja a reportagem aqui.
E o R70, sempre pródigo em omitir os descaminhos do "chapéu amarelo", também registrou o que todo mundo viu.

Agonia

Foi dos maiores o aguaceiro que caiu ontem, das 15 às 20 horas, na cidade. E como não se via antes ninguém cuidando de bueiros, nem limpando a floresta que já domina os canais, o pior aconteceu. Belém sofreu como nunca com o congestionamento, que ia do Centro à BR. Quem pegava ônibus às 18 horas na Presidente Vargas chegava às 20 em São Braz. Teve gente dando graças a Deus pela chuva não ter coincidido com a maré alta, já que esta baixava quando o aguaceiro começou. Faltou previdência no Saneamento e eficiência no controle de trânsito.


Como se pode ver, o trabalho da prefeitura começa a ficar mesmo indefensável. É a bola entrando no ângulo, como diz o jargão do futebol. Não adianta espernear.

O Portal ORM publica inclusive as notas oficiais da prefeitura, que nos dizem o óbvio:

Esclarecimento - Em nota, a Secretaria Municipal de Saneamento informou que, por ser uma cidade baixa, Belém não tem como suportar chuvas muito fortes e acima da média pluviométrica sem que exista acúmulo de água nas ruas e isso prejudica o fluxo de carros.

A Sesan informou, ainda, que em algumas áreas da cidade, o escoamento das águas pelo sistema de drenagem começou a ser feito no tempo médio de 30 minutos. Em pontos críticos, com grande influência dos canais, o escoamento foi mais demorado, problema que só poderá ser resolvido com o início das obras do projeto de macrodrenagem da Estrada Nova.


Juro que não quero mais ouvir estas "respostas amarelas" (o duplo sentido é proposital). E a CTBEL? O que nos diz?

21 comentários:

Anônimo disse...

Tem nenhum mistério. Basta os Perdidos no Espaço lerem os Boletins Meteorológicos; manterem bueiros e os canais limpos com suas as comportas funcionando; basta que dêem manutenção aos semáforos e ponham os guardas na rua (inclusive); basta manterem uma equipe de crise para gerenciar as situações emergenciais (enchentes diluvianas, terremotos, maremotos e tufões)e os pontos críticos do tráfego urgano e a Dudulândia funcionaria melhor.
Falta é competência, falta trabalho, mas, com certeza, devem abundar outras coisas... Bastam!

Carlos Barretto  disse...

Pois é, anônimo.
Estou muito p... da vida também.

Anônimo disse...

Pois é, Barretto, por essas e outras que o Governo de Edmilson Rodrigues foi muito melhor para Belém, a despeito de todo o cerco irrestrito estabelecido pelo Governo de Almir Gabriel/ FHC.
È necessário assumir essa conclusão quando exasperados maldizemos a irresponsabilidade da administração municipal mantida pela União pelo Pará.
E sabe o que penso? Os tucanos não estão nem aí para o Duciomar. Ele foi apenas um elemento estratégico para tirar o PT do poder. Tão logo possam, livram-se dele com o alívio de quem limpa um sapato sujo de porcaria.

Carlos Barretto  disse...

Calma, anônimo. Vc parece achar que quem critica um defende o outro. Trata-se de um engano lógico. Até porque o governo do Edmilson também enfrentou os mesmos problemas e o que se argumentava na época, era exatamente a história da "chuva secular".
Na verdade, ainda precisamos de um prefeito melhor que o sr. Edmilson e o pateta do Duciomar (a quem aliás nunca tive como substituto do Sr. Edmilson). E vc deve saber que eu sei que vc sabe das ligações perigosas daquela época, justamente com aqueles que se constituem um dos maiores problemas dos Belenenses: o transporte público. Este tipo de acordo, como cidadão, jamais aceitarei de quem quer que seja. Direita ou Esquerda, não faz a menor diferença na hora de mostrar lisura e honestidade.
Além disso, ainda vai demorar algum tempo para que a população perdôe e entenda aquele melancólico apagar das luzes. Indefensável sob todos os aspectos.
E não pense que eu como cidadão não sei julgar um governante. Mas vc também sabe que eu sei que vc sabe, que sei muito bem fazer a diferença entre governos, homens públicos e amigos.

Abs

Anônimo disse...

Alguns problemas urbanos são seculares mesmos e a permanência deles depende de vontade política, concorrência de competência técnica e dinheiro. Os feitos do Governo Edmilson na drenagem das águas da cidade são incontestes e estavam relacionados não só com imperativos sanitários, mas com o projeto de recuperação de rios urbanos. A perda irresponsável desse projeto, pela incúria ou descaso do atual prefeito de Belém, é exatamente o que expressa a hidromancia dos fatos ocorridos ontem.
Não comentarei sua referência a acordos porque tenho a igual profundidade que você tem deles - a superficialidade, qualidade enganosa para quem pretende julgar com prudência e imparcialidade. "De ouvir dizer", eu não falo, muito menos discuto em público.
Estou surpreso com a sua reiteração de que o governo Edmilson Rodrigues teve um fim melancólico. Pesquisas de opinião pública na época contradizem este seu sentimento/ argumento, pois tanto o Prefeito quanto os seus oito anos de governo estavam bem avaliados pela população, que, infelizmente, não absorveu as propostas da candidata petista, Senadora Ana Júlia Carepa. Logo, será com esse patrimônio político que Edmilson Rodrigues concorrerá nas próximas eleições para disputar partidariamente o que lhe for incumbido.
Nesse sentido, é um bom estímulo a sua afirmação de que precisamos de prefeitos melhores que Edmilson, pois ela apenas confirma o que se costuma dizer quanto ao melhor ser inimigo do bom.

Carlos Barretto  disse...

Bem. Agora vc acha que deve se eximir de discutir "em público" o "ouvi dizer". Mas acho, que em respeito aos nossos leitores, e até para que eles saibam que quem está defendendo o Sr. Edmilson e fornecendo inclusive informações importantes, de interesse público, sobre a performance do governo Lula na saúde, deveria se eximir de comentar anonimamente, trazendo a baila, a ótica correta deste interessante debate. Eles já devem ter percebido que vc escreve no mínimo como "insider" e portanto tem a ótica do "insider". Como cidadão dono de um blog, sem dúvida sou um "outsider" e tenho meus leitores ao meu lado. Seria interessante que vc se identificasse nos debates, para que sejamos honestos com nossos leitores. Eles precisam saber qual a real atitude de cada personagem. Afinal, não são poucos os que tem frequentado este blog. Contudo, se desejar permanecer anônimo, nada contra. Mas faço a ressalva em respeito aos meus leitores que atentem para este pequeno mas importante detalhe.
Quanto às pesquisas, afirmo-lhe serem inúteis. Não pauto minhas críticas baseado nelas. E o final foi mesmo melancólico, tedioso inclusive com gosto de obra incompleta.
Quanto ao "ouvi dizer", eu sei que vc sabe que eu sei da credibilidade da fonte. E sabe também muito bem, exatamente o dia em que fiquei sabendo do acordo sujo (se é que vc já não sabia e estava cumprindo obsequioso silêncio, compreensível, alías).
O resto, é retórica de campanha, que também é compreensível.
Neste cenário interessante, além daqueles que votarão em A ou B por acreditarem em A ou B, existe uma outra possibilidade entre aqueles com mente ativa. Aqueles que votarão em A ou B mas não acreditam nem em A nem em B. Uma lástima que seja assim.

Abs

Anônimo disse...

Exercerei o meu direito ao anonimato com o dever de respeito que a ele corresponde.
O meu objetivo, quando semanalmente compareço aqui para a leitura de notícias e comentários sobre Belém, seu povo e seus governantes, é complementar com pontos de vista alternativos, ou não, o raciocínio desenvolvido pelo dono do blogue e meus pares leitores.
Com relação ao seu comentário tenho dois pontos a esclarecer:
1) Minhas considerações são, com o perdão da ênfase em caixa alta, sobre o GOVERNO Edmilson Rodrigues, também conhecido pela marca de Governo do Povo. Não têm os meus comentários o objetivo de defender a pessoa do político, a que me refiro apenas quando relacionada aos feitos daquela administração recém-passada.
2) Quanto às informações de saúde trazidas do governo, Lula não há nada de esotérico. Elas são públicas e podem ser consultadas na internete em www.saude.gov.br por qualquer cidadão.

Carlos Barretto  disse...

Fique à vontade. Mas permita-me vez por outra alertar meus leitores sobre suas características (bem vindas aliás) de "insider".
Detalhe muito importante.
Quanto à pessoa ou ao governo do povo, desnecessárias as ressalvas já que nada disse enfocando a pessoa do Sr. Edmilson, e sim a seu governo.
Quanto ao website do MS, é verdade. Quem quiser, pode e deve consultá-lo para ampliar seus conhecimentos. Mas como todo site oficial, deve ser lido com toda a ótica de cidadãos que papai do céu nos deu.
Pois sem o exercício da crítica e o debate aberto, não surge a verdade. Que muitos escondem, inclusive em seus websites oficiais.
Por este motivo, anônimo, vc é muito bem vindo a este blog, não estando eu de jeito algum liberando-o do "dever" de continuar contribuindo. :-)
Abs

Anônimo disse...

Lá essa de governo A ou B foi muito melhor... peraí! É justamente porque não foi que elegemos o atual(sic!).

Até quando?!

Carlos Barretto  disse...

Faz parte da democracia, "em português mesmo". Ou será que já nascemos com a fórmula correta para tudo na vida?

Anônimo disse...

Alternância de poder, a melhor fórmula, a síntese da democracia. Não há dúvida.

E não tem segunda intenção nestas minhas palavras não!

Agora por favor, não me venha com essa tirada de cartilha do "politicamente correto" Sr. Barretto.

A coisa é simples assim, nossos políticos são em sua maioria uns canalhas, de qualquer partido. Simplesmente porque não temos maturidade política, ela está vindo de mansinho. Mas demora, direto proporcional a falta de educação e informação do nosso povo.

E em nada vai ajudar demagogia barata de político populista, que se vale da miséria da nossa gente pra se manter no poder. Seja ele burguês, aristocrata ou (pior ainda) um canalha de origem humilde.

Temos ou não temos o direito da indignação? As favas com o politicamente correto, simples assim, sem segundas intenções ora.

Carlos Barretto  disse...

Gostei do seu comentário. Definitivamente é "punk" bem do jeito que eu gosto.
Estou com vc "em português mesmo".
Faríamos uma dupla feroz.

Anônimo disse...

Você punk? Ora, essa é a definitivamente boa nessa conversa! Me avise quando assumir, pois quero apreciar de longe... lá da esquina da Carlos Gomes com Presidente Vargas, no Círio!
Quanto a maturidade política do povo e a canalhice de alguns parlamentares, não creio que haja um ordem tão direta de causa e conseqüência, e, além do mais, nem mesmo é justa. Basta que nos façamos aos nossos botões umas perguntinhas bem básicas, só para testar o tino: Qual a proporção entre políticos pobres e ricos em nosso Parlamento? Quem sustenta as campanhas políticas é o povo (palavra gasta como dizia Ulisses Guimarães)ou o grande empresariado, que compõe dessa forma seus grupos de influência no Parlamento e assegura patência de interlocução e favores com o Executivo? Escapando da fulanização ora usada em verso e prosa por insuspeitos e suspeitos defensores da democracia brasileira, o que a classe média propõe para reverter os males que sofremos desde que Deodoro, monarquista convicto, instaurou o regime republicano no Brasil? Afinal, Senhores, temos uma res pública neste País, ou é tudo para inglês ver, e razão tinha Dom Pedro II quando ao ser intimado pela quartelada que lhe tirou o trono, exclamou: vocês são uns doidos!?

Carlos Barretto  disse...

Hehehehe! Vejamos então qual dos "anônimos" me conhece melhor.

Unknown disse...

Barretto, o Anonimo tem razão quando disse que as pesquisas bem avaliavam o governo Edmilson antes da campanha de Ana Júlia.
Ao menos as que fiz,em fevereiro de 2004, com efeito, diziam isso.
Entretanto, seria forçar um pouco a barra dizer que a derrota de Ana se deu pela baixa absorção de suas propostas, insinuando uma diferença em relação às de Edmilson.
Se é que elas existiam, suas diferenças não foram matizadas o suficiente para provocar tal dedução, cabível, e aí respeito a condição de "insider" do Anonimo, na percepção de quem está perto da formulação ou da crítica dessas políticas.
Quanto a sua situação, perante à opinião pública ao final de seu governo, duvido muito que estivessem nos patamares anteriores.Apenas duvido, pois não fiz pesquisas após as eleições.
Destaco, ainda, que o processo de rejeição de Ana Júlia começou no Senado, a partir do desgaste de seus votos em matérias polêmicas, intensamente explorado pelos seus opositores.
Cabe lembrar,também ,que divergencias entre os grupos de Ana e Edmilson continuaram ao longo da campanha.
Levanto todos esses aspectos para retirar da cena a hipótese de que, se o final de governo Edmilson tivese sido bom,Ana não teria perdido a eleição.
Não concordo com a relação, embora ache, e já escrevi isso em outros blogs paroaras,que seu primeiro governo foi muito superior ao segundo, taí o serviço de limpeza e drenagem que o Anonimo faz questão de pontuar.
Não me sinto a vontade para comentar outros "momentos" da interessante querela que mantiveram acima.
E também valorizo e respeito os Anonimos, que como o acima, exercem seu direito ao anonimato com educação e estilo.
Mesmo que discordando da quebra do políticamente correto, por ele defendida em um momento do último comentário.
Também cedo à tentação e, muitas vezes, não fui e não sou.
Quanto a essa miséria que se abateu sobre Nova Déli, em todos os sentidos e direções,que atende pelo nome de Duciomar Costa,repilo, rejeito, denuncio, esconjuro. Um nojo!
Bloga prá frente.
Abs

Carlos Barretto  disse...

Sem a menor dúvida, os primeiros 4 anos funcionaram bem. Mas os últimos 4? Bem. Digamos que Maquiavel explica.

Anônimo disse...

Não se faz política sem Maquiavel, Barretto. Não á toa ele é um clássico da Ciência Política, válido até hoje.
Que o confirme Condoleeza Rice com seus dois doutorados.

Carlos Barretto  disse...

Sim, anônimo. E não é ele quem nos diz que todo poder tem um momento que deteriora?

Anônimo disse...

Se ética e moral se distinguem pela amplitude de seu exerício, o que pressupõe esclarecer seus loci para melhor compreender sua aplicação, cabe a nós, no esforço de avaliarmos os dois mandatos do PT na PMB, indagarmos se foram governos éticos para com a sociedade, e em que medida o foram quando comparados com governos que os antecederam, foram contemporâneos, e, por fim, sucedeu-lhes. Esse ao meu ver é o foco.
Se você conseguir demonstrar esse raciocínio lógico, então será aceitável sua opinião quanto a deterioração.
A própósito, Maquiavel escreve, com base em exemplos de sua época e válidos até hoje (o poder não mudou) com o objetivo dos príncipes se manterem no poder, o que significa identificar e afastar qualquer possibilidade de deterioração desse poder... não é, portanto, exatamente de deterioração o objetivo dos ensinamentos maquiavélicos.
Os ingleses com suas observações mordazes, por exemplo, costumam dizer que o segundo governo é a morte do primeiro. Mesmo assim não negam ao Primeiro Ministro à reeleição, quem sabe até para equilibrar o único mandato do Rei e da Rainha que, a priori, não tem tempo para acabar...

Carlos Barretto  disse...

Mas foi o que de fato aconteceu Deteriorou-se. Mas tem a seu favor o fato de não ter deixado isso acontecer no primeiro mandato, como o "Chapéu Amarelo" deixa agora.

Carlos Barretto  disse...

E larga o teu livreto de "O príncipe" qu e eu tenho um aqui que é bem melhor. Comentado hilariamente por Napoleão.